[Refrão]
Olha aí, seu doutor, me explica essa magia
Dinheiro some da conta, mas o imposto não alivia
Diz que é pro pobre, mas só vejo carestia
Enquanto o tal do mercado tá na tal folia
[Verso 1]
O povo faz milagre com arroz e feijão
Mas lá em Brasília o banquete é outra questão
Dizem que é pra “recuperar a nação”
Mas só se for a deles, nós ficamos na mão
Subiu o preço do gás, o aluguel tá nas alturas
A promessa era de amor, mas veio com amargura
E o salário, coitado, ficou encostado
Se fosse no samba, era verso censurado
[Refrão]
Olha aí, seu doutor, me explica essa magia
Dinheiro some da conta, mas o imposto não alivia
Diz que é pro pobre, mas só vejo carestia
Enquanto o tal do mercado tá na tal folia
[Verso 2]
É pacote daqui, pacote de lá
Mas no carrinho do mercado não dá pra empurrar
Dizem que é só ajuste, que o plano é popular
Mas quem tá ajustando o cinto é o trabalhador, sem ar
O Pix tá bombando, mas é de pedinte
Enquanto eles tão de carro blindado no requinte
O discurso é bonito, cheio de eloquência
Mas no fim é tudo a mesma consequência
[Ponte]
Falaram que o futuro era brilhante e moderno
Mas a conta de luz me lembra o inferno
O banqueiro sorri, o político assina
E o povo se vira no meio da esquina
[Refrão]
Olha aí, seu doutor, me explica essa magia
Dinheiro some da conta, mas o imposto não alivia
Diz que é pro pobre, mas só vejo carestia
Enquanto o tal do mercado tá na tal folia
[Final]
Se Lula tá lá no Planalto rindo de orelha a orelha
Eu tô no bar com o fiado, tomando uma "parelha"
Mas não tem problema, vamos improvisar
Porque no samba do brasileiro, a gente sabe virar.