
Depois da bossa nova e do clichê tropical
Muito mais do que novela, futebol e carnaval
É a periferia multicultural
Espontânea rebeldia de um Brasil marginal
Polícia, milícia, medo e coerção
Latifúndio da terra e da comunicação
É o índio de Iphone, é o menino de Belém
E a novinha de barriga pra ganhar outro neném
Tem racismo? Tem. E um abismo, man
Entre a cerveja artesanal e o camelô que vem no trem
Esgoto a céu aberto, telha de amianto
Tem padre, pastor, tem pajé e pai de santo
A floresta sente o fel, o agrobusiness quer bis
Do poder do anel na caneta do juiz
Mas o instinto criativo dribla a sanha opressora
Porque em terra de saci, qualquer chute é voadora
São muitos os Brasis, perceba no sotaque
Mas todos gritam juntos com a seleção no ataque
Coxinha, petralha, Gregório, Constantino
Sem água na torneira têm o mesmo destino
De carona nos tratores do progresso inevitável
Haja eucalipto e copinho descartável
Se o Neymar é pica, se a Gisele é zica
O deputado mais votado da eleição é o Tiririca
Onde tudo se discute, menos a democracia
Sequestrada e amputada, Saramago advertia
A cultura cria, o mercado se apropria
“Je suis Amarildô”, mas a justiça tem miopia
O que não tem é derrotismo que abale a auto-estima
Do mulato, bastardo, anti-herói, Macunaíma
Bota água no feijão e afina o tamborim
De cabeça erguida ostento o orgulho tupiniquim
Produzido por BRAZA.
Gravado por Pedro Garcia durante Outubro e Novembro de 2015 no estúdio Cantos do Trilho, Santa Teresa, Rio de Janeiro.
Mixado por Mario Caldato Jr no estúdio MCJ Sound, Los Angeles, California.
Masterizado por Chris Hanzsek no estúdio Hanzsek Audio, Snohomish, Washington.
Pedro Lobo – Baixo
DJ Negralha – Scratchies
Composição, letra e arranjos por BRAZA.
Editado por Mutirão Edições
BRAZA é
Nícolas Christ – Bateria
Danilo Cutrim – Guitarra e Voz
Vitor Isensee – Teclado e Voz
braza.com.br
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